10 de dez. de 2013

ARTIGO: MATÉRIA NÃO EXISTE, TUDO É ENERGIA

O título deste artigo diz uma obviedade para quem entendeu minimamente a teoria da relatividade de Einstein pela qual se afirma ser matéria e energia equivalentes.
Matéria é energia altamente condensada que pode ser liberada como o mostrou, lamentavelmente, a bomba atômica.
O caminho da ciência percorreu, mais ou menos, o seguinte percurso: da matéria chegou ao átomo, do átomo, às partículas subatômicas, das partículas subatômicas, aos "pacotes de onda" energética, dos pacotes de onda, às supercordas vibratórias, em 11 dimensões ou mais, representadas como música e cor.
Assim um elétron vibra mais ou menos quinhentos trilhões de vezes por segundo. Vibração produz som e cor. O universo seria, pois, uma sinfonia de sons e cores. Das supercordas chegou-se, por fim, à energia de fundo, ao vácuo quântico.
Neste contexto, sempre lembro de uma frase dita por W.Heisenberg, um dos pais da mecânica quântica: "O universo não é feito por coisas mas por redes de energia vibracional, emergindo de algo ainda mais profundo e sutil". 
Que é esse "algo mais profundo e sutil" de onde tudo emerge?
Os físicos quânticos e astrofísicos chamaram de "energia de fundo" ou "vácuo quântico", expressão inadequada porque diz o contrário do que a palavra "vazio" significa.
O vácuo representa a plenitude de todas as possíveis energias e suas eventuais densificações nos seres. Dai se preferir hoje a expressão pregnant void "o vácuo prenhe" ou a "fonte originária de todo o ser".
Não é algo que possa ser representado nas categorias convencionais de espaço-tempo, pois é algo anterior a tudo o que existe, anterior ao espaço-tempo e às quatro energias fundamentais, a gravitacional, a eletromagnética, a nuclear fraca e forte.
Astrofísicos imaginam-no como uma espécie de vasto oceano, sem margens, ilimitado, inefável, indescritível e misterioso no qual, como num útero infinito, estão hospedadas todas as possibilidades e virtualidades de ser.
De lá emergiu, sem que possamos saber porquê e como, aquele pontozinho extremamente prenhe de energia, inimaginavelmente quente que depois explodiu (big bang) dando origem ao nosso universo.
Nada impede que daquela energia de fundo tenham surgido outros pontos, gestando também outras singulariedades e outros universos paralelos ou em outra dimensão.
Com o surgimento do universo, irrompeu simultaneamente o espaço-tempo.
O tempo é o movimento da flutuação das energias e da expansão da matéria. O espaço não é o vazio estático dentro do qual tudo acontece mas aquele processo continuamente aberto que permite as redes de energia e os seres se manifestarem.
A estabilidade da matéria pressupõe a presença de uma poderosíssima energia subjacente que as mantém neste estado.
Na verdade, nós percebemos a matéria como algo sólido porque as vibrações da energia são tão rápidas que não alcançamos percebê-las com os sentidos corporais. Mas para isso nos ajuda a física quântica, exatamente porque se ocupa das partículas e das redes de energia, que nos rasgam esta visão diferente da realidade.
A energia é e está em tudo. Sem energia nada poderia subsistir. Como seres conscientes e espirituais, somos uma realização complexíssima, sutil e extremamente interativa de energia.
Que é essa energia de fundo que se manifesta sob tantas formas?
Esta energia talvez constitua a melhor metáfora daquilo que significa Deus, cujos nomes variam, mas que sinalizam sempre a mesma Energia subjacente.
A singularidade do ser humano é poder entrar em contato consciente com esta Energia. Ele pode invocá-la, acolhê-la e percebê-la na forma de vida, de irradiação e de entusiasmo. 

Por: Leonardo Boff



7 comentários:

  1. Ricardo, excelente artigo, adorei até porque tem a ver com o que estou a ler neste momento, acho que está tudo ligado. Estou a aprofundar o meu conhecimento sobre o tema das provas científicas da existência da imortalidade, da reencarnação e da vida após a morte, através da Física Quântica, e deixe que lhe diga é simplesmente fascinante. Estou a ler Amit Goswami, um Físico Indiano que defende a conciliação entre a Física Quântica, a Espiritualidade, a Medicina, a Filosofia e vários estudos sobre a consciência. Os seus livros são sempre muito interessantes pois estão repletos de descrições técnicas, objectivas e científicas, o que me fascina.
    Beijinhos de Luz!
    Ana Maria

    ResponderExcluir
  2. Interessante, Ricardo.
    Um ótimo artigo.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  3. Olá Ricardo, gostei muito dos artigos, e especialmente este...maravilha pura. As ideias saltam e dançam na minha cabeça, só sei que ando na rua e sinto o tudo dentro de mim... Feliz Natal, com muita alegria e paz.Muito grata dharmadhannyael

    ResponderExcluir
  4. ele deveria ter sido um rei

    ResponderExcluir
  5. E qual o papel de Deus
    nesse contexto?

    Para mim, eu sei responder e acreditar em muitas coisas
    outras me ultrapassam fortemente


    No que escreve e muito bem
    como sente o morrer?

    É assim tão fácil de aceitar?

    Gostei do tema,
    mas, há um mas, muito grande e complexo!

    Maria luísa Adães

    "os7degraus"

    ResponderExcluir
  6. Excelente escolha de artigo, Ricardo. Também creio, como Leonardo Boff, na energia que emana de tudo, ou que somos energia que emana. Não vejo Deus como uma personalidade que aprova e desaprova, ajuda e castiga. Acho que é uma energia de onde viemos e para onde voltaremos. Minha dúvida, é se , após voltarmos, conservaremos nossa personalidade.

    ResponderExcluir